Cannon (1971)

Cannon (1971): Detalhes do clássico policial com Frank Cannon


A série Cannon (1971) revolucionou o gênero policial ao apresentar Frank Cannon, um investigador particular que quebrou estereótipos: careca, acima do peso e com uma inteligência afiada que dispensava violência excessiva.

Produzida por Quinn Martin para a CBS — marcando a primeira vez que uma série de Martin estreou fora da ABC —, a trama acompanha o ex-policial de Los Angeles que cobrava altos honorários de clientes ricos para subsidiar casos de quem não podia pagar. Com cinco temporadas e 124 episódios, o sucesso foi tanto que gerou o spin-off Barnaby Jones e um filme para TV em 1980, consolidando-se como um marco da cultura pop dos anos 70.

Apesar da aparência incomum para protagonistas da época, William Conrad deu vida a um personagem multidimensional. Frank Cannon era um gourmet que preparava refeições elaboradas, dirigia Lincoln Continentais destruídos em perseguições e usava um telefone móvel no carro — tecnologia raríssima na década de 1970, dependendo de telefonistas para conectar chamadas. Episódios como "Requiem for a Son" (que originou Barnaby Jones) mostravam narrativas interligadas, algo inovador para a época.

Um elenco de astros e histórias inteligentes
A série se destacou por atrair nomes como Martin Sheen (em dois papéis distintos), Shelley Duvall, Nick Nolte e até Johnny Cash em participações especiais. Diferente de produções contemporâneas que priorizavam ação, Cannon focava em enredos psicológicos e reviravoltas elaboradas. Em vez de tiroteios, o detetive resolvia casos usando conhecimento multidisciplinar — falava vários idiomas e dominava temas de arte a ciência —, antecipando a tendência de protagonistas "cerebrais" como True Detective faria décadas depois.

O tema musical composto por John C. Parker (que mais tarde criaria o de CHiP's) capturava a essência da série: tensão contida e sofisticação. Mesmo com três indicações ao Emmy e duas vitórias técnicas, a quinta temporada enfrentou queda de audiência devido a tramas mais violentas, resultando no cancelamento em 1976. Porém, o legado permaneceu — o filme The Return of Frank Cannon (1980) tentou reviver o personagem, e fãs ainda debatem episódios icônicos como "Death Is a Double-Cross" (1971), disponível no IMDb com locações históricas.

Disponibilidade e relevância atual
No Brasil, a série foi exibida pela Band, Record e extinta TV Rio, conquistando fãs que hoje buscam DVDs no Mercado Livre ou streaming no Google Play. A demanda por remasterizações digitais cresce, especialmente entre jovens que descobrem a série por indicações de plataformas como o AdoroCinema. Curiosidades técnicas, como o uso do telefone veicular (precursor dos celulares) e erros de continuidade nas antenas, são discutidas em fóruns especializados.

Frank Cannon permanece atual não apenas pela nostalgia, mas pela humanização do herói. Enquanto detetives modernos como Luther ou Mare of Easttown carregam traumas complexos, Cannon foi pioneiro ao misturar vulnerabilidade e sagacidade. Sua paixão por gastronomia e carros luxuosos, aliada à ética profissional inabalável, criou um arquétipo que ainda inspira roteiristas — prova de que personagens fora do padrão podem, sim, conquistar o público.

Comentários do amigo internauta Cássio Fernando D.Queirós: "Um jovem Martin Sheen teve um papel recorrente como um ex-policial. Outros astros convidados notáveis incluem: Tom Skerritt, Shelley Duvall, David Janssen, Mike Farrell, Sheree North, Nick Nolte, Tina Louise, Donna Mills, Robert Loggia, John M. Pickard, Peter Strauss, Claudia Jennings, Judson Pratt, Dana Elcar, Joan Fontaine, John Vernon, e David Soul. Nos dias de hoje, seria inconcebível o que o falecido produtor Quinn Martin fez…criar uma série policial em que o detetive era de meia-idade, meio careca, gordinho e quase não usava armas de fogo ou entrava em luta corporal com os vilões! Mas, acreditem ou não, funcionava muito bem! Frank Cannon (com o ótimo William Conrad) dava conta do recado. E, fazendo juz ao seu peso, Cannon era também um bom gourmet! O compositor do empolgante tema musical foi John C. Parker que, anos depois, comporia o tema da série CHiP's".

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